quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A Limpeza da Nova Diarista

Depois de semanas com a casa revirada, contratou uma diarista. Fez o acordo de dois dias por semana e demorou para perceber como o número dos produtos de limpeza estavam aumentando. Comumente eram três ou quatro que rotineiramente consumia em casa. Olhou a despensa e viu diferentes tipos de pastas, sprays e líquidos.
Com o passar das semanas, as ceras, lustra móveis, odorizantes, vaselinas, bicarbonatos, desengordurantes, sabões de todas as marcas, desinfetantes, anti-germes, antioxidantes, anti-tantascoisas e mais trezentos frascos com siglas e palavras estranhas que desconhecia, tomavam a despensa e esvaziavam a carteira. Mas não era a quantidade de dinheiro que gastava com a nova diarista, tampouco o número descomedido de produtos de limpeza que o assustavam. O medo do pai era toda aquela alquimia de químicas soltas pela casa, provavelmente na sua cabeça aquilo poderia ter conseqüências futuras, como resquícios na comida ou algo impregnado no ar.
Quando ouvia os "nãos" ficava na dúvida, afinal de contas o mero evento das crianças brilharem no escuro teria alguma relação?

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